quinta-feira, 25 de abril de 2013

Homenagem Póstuma a Uma Grande Mulher de Deus

Por Claudia Figueiró Souza

O telefone tocou por volta das 23h55min da noite de domingo. Depois de uma noite de culto abençoado na IEQ Pedras Brancas, já estávamos recolhidos em casa, organizando os preparativos para mais uma semana de trabalho que iria começar. Aquela ligação, porém, fez meu coração bater descompassado. Alguma coisa me dizia que não traria boas notícias. Meu filho mais velho entrou no quarto com uma expressão triste no rosto: "Mãe, a pastora Nelcy faleceu."  Hein ?!? Como assim ? Quando ? De que jeito ? Isso só pode ser brincadeira... Meu esposo levantou num sobressalto e correu pro telefone - infelizmente veio a confirmação: a nossa "mãe espiritual" tinha nos deixado.

Nelcy Faleiro... como descrever esta mulher ? Faltam palavras para expressar toda a admiração, todo o apreço e o grande amor que ela sempre despertou em mim e em todos que a conheceram. Foi um privilégio ter convivido com um ser humano tão verdadeiramente comprometido com a Palavra de Deus, com o Evangelho de Cristo. Foi uma benção ter conhecido Jesus através de suas pregações, de seu exemplo vivo de fé, piedade e simplicidade.

Pastora Nelcy... que encantava a todos com sua personalidade forte e única, além de uma sensatez incomparável. Mãe acolhedora, amiga, conselheira, serva fiel do Altíssimo, discipuladora, reverenda, sábia, cantora, pregadora, profeta. Múltiplas funções num coração que sempre tinha lugar pra mais alguém, pra mais um filho ou filha da fé, pra mais uma obra nova que precisava de suporte, pra mais uma igreja que pensava em construir.

Reverenda Nelcy... ministra e empreendedora, que chegou na cidade de Guaíba sem nada além da própria coragem e fé, e construiu templos e igrejas por toda a Região - mais de 20... Que investiu na formação de seus missionários e pastores, que estimulou o crescimento do Evangelho Quadrangular, igreja que ela defendeu e pela qual se doou até seus últimos dias.

O que mais me encantava na Pastora Nelcy era a forma como ela vivenciava o amor cristão. Ao contrário de muitos crentes hipócritas que andam por aí, verdadeiros lobos em pele de ovelha, a minha Pastora era diferente: ela vivia intensamente o amor e o exemplo deixados por Jesus.Conseguia reunir o pulso forte de uma guerreira e a doçura de uma criança...  Não fazia pré-julgamentos ou acepção de pessoas - ela nos aceitava e nos amava da forma como chegávamos. Uma vez, durante um Encontro Regional do Grupo de Jovens, pregou para todos os presentes dizendo: "Jesus ama você do jeito que você é... com seu cabelo, sua roupa, seu estilo, suas músicas... assim, desse jeitinho... esse é o jeitinho que Ele ama. Ele não olha o exterior, mas olha o seu coração."  Nunca esqueci aquelas palavras. E foi ali que eu realmente conheci a Deus.

Trinta e nove anos de dedicação integral ao ministério e neste domingo, dia 21 de abril, precisamos nos despedir da nossa pastora. É impossível deixar de chorar. É impossível não sofrer. Mas também é necessário agradecer e louvar a Deus pela linda maneira como ela foi recolhida: lúcida, no hospital, com todos os recursos necessários, sem sofrimento, sem ter que passar por meses ou anos num leito ou dependendo de outras pessoas para sobreviver. Esta despedida só mostra o quão especial ela foi, pois são poucos os que tem esse privilégio !

Agradeço a Deus pela vida dessa grande mulher ! Louvo ao Senhor por tê-la conhecido e por ter aprendido da Palavra através de seu modelo ! Creio que um dia nos encontraremos de novo, todos juntos, ao lado de nosso Pai Celestial no Reino dos Céus !

Aos que ficam - familiares e amigos - tenham a certeza de que lá do alto, nos braços do Senhor, ela continuará intercedendo por nós !

Amém !




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